No início desse mês, este blog completou nove anos de existência e eu completei nove anos vivendo fora do Brasil. É até difícil de acreditar que mantenho este blog há tanto tempo. Muitos acabaram ao longo desses anos porque manter um blog não é tão simples quanto parece. Ideias não me faltam, a grande dificuldade é atender as demandas da vida e arrumar tempo para sentar e elaborar um post. Estou cheia de fotos que nunca postei porque gosto de criar um post que faça sentido e que sacie a minha fome de criar, só posto quando bate aquela coceirinha, sabe?
Continue Reading…A cabeça do brasileiro fica desse jeitinho quando o assunto é Guerra na Ucrânia e isso acontece desde 2014, quando me mudei pra lá. Essa foi uma das motivações para criar esse blog, já que eu via muita besteira sendo dita por aí. Falei sobre isso em um dos posts dos primórdios deste blog, no meu primeiro mês na Ucrânia e você pode ler clicando aqui. O pior, é que continuam falando e publicando besteira aos montes até hoje e eu posso provar.
A confusão é tanta que a DW Brasil e a BBC Brasil têm feito vídeos explicativos sobre as bobeiras que jornalistas, “especialistas”, influencers, políticos e afins saem publicando por aí. Clique no vídeo abaixo para ter uma pequena amostra do tamanho do caos.
Continue Reading…Depois que passei a pesquisar músicas em russo para praticar a língua, percebi que há umas bandas que estão bem populares em meio aos alternativos. Daí descobri que tem uma relação aí com o TikTok. Não uso Twitter nem TikTok, mas sou consumidora voraz de YouTube e Spotify, então as coisas acabam chegando a mim por essas plataformas (obrigada, algoritmos!). Achei que seria legal compartilhar alguns achados aqui e descobrir se vocês também andam ligad@s nesse movimento.
Continue Reading…E se uma garota judia tivesse instagram durante o holocausto? É essa a proposta do perfil eva.stories, uma adaptação do diário de Eva Heyman, uma garota judia que viveu na Hungria e começou a escrever em seu diário no dia 13 de fevereiro de 1944, aos 13 anos. Eva sonhava ser uma fotojornalista e os criadores do projeto tinham a intenção de tornar seu sonho realidade.
Continue Reading…Estava eu passeando casualmente pelo Kurazh Bazar no ano passado e resolvi parar para dar uma olhada nos LPs. Me deparei com vários discos de bandas famosas, mas tudo escrito em cirílico e achei as artes das capas muito engraçadas. Claro que levei pra casa uma edição do “Led Zeppelin IV” com uma capa muito peculiar. Quanto mais eu olhava para aquela capa e todos os seus detalhes, mais intrigada ficava. Lógico que dei uma fuçada nas interwebs pra ver se encontrava alguma informação e descobri várias coisas que serão devidamente compartilhadas nesse post.
Continue Reading…Você não leu errado. Não é “Procurando Nemo”, é “Procurando Lênin” mesmo. Esse é o título do livro do fotojornalista suíço Niels Ackermann em parceria com o jornalista francês Sebastian Gobert. Em 2017, tomei conhecimento desse projeto fotográfico por conta de um artigo da Vice e fiquei doida para comprar esse livro. Até tentei me infiltrar num evento da comunidade francesa onde o Niels Ackermann estaria palestrando sobre o projeto aqui em Kiev, mas acabei desistindo.
Imaginem a minha surpresa quando descobri que esta exposição estaria em Moscou no mesmo período em que eu estaria lá? Era a minha grande chance não só de ter o livro, mas de ver as fotos impressas em tamanho grande. Quem acompanha o blog, já sabe que eu procuro sempre incluir alguma exposição fotográfica nas minhas viagens e lógico que essa teve prioridade no meu roteiro. Achei super ironia do destino conseguir ver essa exposição justamente na Rússia. Contei aqui que não consegui ver o corpo do Lênin no mausoléu, mas consegui ver essa exposição mara e trazer o livrinho comigo. No fim das contas, saí no lucro.
Continue Reading…Antes que o ano acabe e as minhas memórias sobre essa viagem se desbotem completamente, deixarei aqui registradas mais algumas fotos e pensamentos sobre a semana que passei na capital russa em maio desse ano. Bom, escrevo esse post com um certo receio, já que a invasão do blog aconteceu logo após eu ter liberado o post sobre os museus que visitei em Moscou. Coincidência? Não sei, mas sei que a Rússia é conhecida por cyber attacks, bots e coisas do tipo, então vai saber neh?
Esse mesmo receio me acompanhou durante a viagem, já que meu passaporte é cheio de carimbo da Ucrânia e os dois países encontram-se em conflito desde 2014. Inclusive, por conta do conflito, não há mais voo direto de Kiev para Moscou. Portanto, nosso voo fazia conexão na Bielorússia e achei bem estranho que a imigração é feita em Minsk, não em Moscou. Tem um guichê com a placa “Federação Russa” no aeroporto mega soviético da capital da Bielorússia e a funcionária não fez muitas perguntas antes de carimbar nossos passaportes.
Há algum tempo descobri que o ucraniano Eugene Hütz e sua banda Gogol Bordello gravaram uma música linda com a cantora russa Regina Spektor. Levando em consideração que a Rússia e a Ucrânia encontram-se em conflito desde 2014 e que os dois artistas foram obrigados a sair de seus respectivos países por conta de perseguição gerada por um governo autoritário, achei que isso daria um excelente post.
O nome da música é “Seekers and Finders” e a letra é uma incrível reflexão sobre a vida e a procura por um propósito cheia de metáforas que #entendedoresentenderão. Já havia me sentido tocada pela música e tudo passou a fazer mais sentido quando me aprofundei na pesquisa sobre os artistas e entendi todo o simbolismo que fundamenta essa parceria. Para assistir ao videoclipe da música é só clicar na imagem abaixo.
Comentei nesse post que Moscou não deixa nada a desejar quando se trata de museus e eu fiz questão de dar uma atenção especial para esse tema na hora de preparar meu roteiro. Sou rata de museus porque acredito que se aprende pra caramba numa simples visita. Esses são os posts que mais me dão trabalho de preparar e eu adoro escrever, mas são os que menos são lidos também. Esse é especialmente importante por conter informações muito relevantes para quem vai apertar o botãozinho da urna no próximo domingo porque aqui eu mostro o que a Rede Globo não mostra.
Como já tinha dito nesse post, o passado soviético é motivo de orgulho na Rússia e a conquista espacial é um dos destaques desses velhos tempos, então eu e marido fomos logo no primeiro dia visitar o Museu da Cosmonáutica. O museu é enorme (como tudo em Moscou), interessante, porém achei que deixa a desejar quanto às informações em inglês. Ele fica mais afastado do centro, mas vale a visita para quem se interessa pelo tema.
Fotografar com filme é uma experiência completamente diferente de fotografar com câmera digital e há algum tempo a saudade dessa experiência bateu em mim e eu resolvi colocar um filme na câmera e ver no que ia dar. Meu amor pela fotografia está muito ligado à fotografia analógica porque ele nasceu quando eu comecei a fotografar com a Olympus Trip 35 em 2007 (contei melhor nesse post aqui). Eu não fotografava com câmera analógica há MUITO tempo e não sabia se ainda lembrava como era mexer em tudo. Resolvi pegar uma câmera sem fotômetro só pra ser mais emocionante mesmo e claro que várias fotos saíram superexpostas.
A câmera usada foi uma Ricoh 35 ZF que tem um funcionamento similar ao da Olympus Trip 35, especialmente em relação ao foco que você meio que tem que adivinhar a distância do que você quer que esteja no foco. Esse é outro ponto que eu errei bastante e perdi algumas fotos. Mas faz parte de toda a experimentação e o fato de não ter um foco cravadão, é algo que me atrai bastante nessas câmeras porque contribui muito pra essa estética meio de sonho que eu procuro na hora de criar imagens.