No início desse mês, este blog completou nove anos de existência e eu completei nove anos vivendo fora do Brasil. É até difícil de acreditar que mantenho este blog há tanto tempo. Muitos acabaram ao longo desses anos porque manter um blog não é tão simples quanto parece. Ideias não me faltam, a grande dificuldade é atender as demandas da vida e arrumar tempo para sentar e elaborar um post. Estou cheia de fotos que nunca postei porque gosto de criar um post que faça sentido e que sacie a minha fome de criar, só posto quando bate aquela coceirinha, sabe?
Continue Reading…Comentei nesse post que falaria mais sobre meu trabalho como fotógrafa na Ucrânia, mas a vida acabou acontecendo e eu nunca consegui tirar um tempo para escrever sobre esse assunto. Afinal, o dia tem 24 horas e empresa de uma pessoa só precisa se virar para fazer tudo acontecer, mas a conta obviamente não fecha. Antes tarde do que nunca, já diz o ditado. Na verdade, contei um pouquinho sobre meu primeiro freela na Ucrânia nesse post, porém não aprofundei muito sobre o grupo de expatriadas do qual eu fazia parte, o IWCK – International Women’s Club of Kyiv.
Continue Reading…Ando sumida do blog porque a vida anda bem movimentada esse ano e tenho viajado bastante. Ainda nem tinha terminado de editar as fotos de Moscou e tive que viajar de novo para passar três semanas no Brasil e encerrar um ciclo da minha vida. Fui dizer um grande adeus à administração pública brasileira. Não vou entrar nos pormenores do processo para poupar vocês da chatice, mas o fato é que estou muito feliz que agora a fotografia é oficialmente a minha profissão.
Tem gente que não suporta mudar, eu adoro. Como diria Bowie, “Ch-ch-ch-ch-changes! Turn and face the strange”. Acho que tenho um espírito meio cigano. A ideia de passar 30 anos trabalhando no mesmo lugar nunca me agradou. Nunca comprometi meu dinheiro pagando financiamento de imóvel porque tenho pavor de prestação. Ficar um longo período morando no mesmo lugar? No, thanks. Levei 33 anos pra mudar de cidade, mas mudei. Antes tarde do que nunca.
Comentei nesse post que tenho pensado muito sobre o tempo. Quando me mudei pra Ucrânia, vim muito feliz porque finalmente teria tempo. Enquanto morava no Brasil, eu sentia que estava sempre correndo contra ele, trabalhando e estudando pra concursos. Nunca sobrava tempo para fazer coisas que realmente gosto e fazem sentido pra mim. Eu não sentia que estava vivendo, só me sentia viva quando estava de férias. A fotografia, que era minha válvula de escape, estava abandonada. Comecei a ler um livro em 2012 e só consegui terminar de ler aqui, em 2015! Sei que sou uma pessoa lenta e o estilo de vida corrido não combina comigo, definitivamente. Eu vivia cansada e me sentia muito errada porque estava tentando acompanhar um ritmo que não era o meu. Eu precisava de uma pausa, do tal “ano sabático”. Só aqui tive tempo para me autoanalisar e percebi que estava me desrespeitando, tentando ser alguém que eu não sou para atender as expectativas dos outros e isso estava me fazendo mal.
Muita gente me perguntava “mas o que você vai fazer?” e cada hora eu respondia uma coisa. Muitas pessoas consideram que alguém só está fazendo alguma coisa se estiver num trabalho convencional. E não, esse tipo de atividade não é uma possibilidade pra mim na Ucrânia, muito menos uma vontade. Pra quê essa pressão de ter que estar fazendo um trabalho convencional? Eu super feliz que a vida me deu essa oportunidade de não precisar trabalhar e o povo querendo que eu trabalhe! Eu sou do time do Jaiminho (do Chaves), evitando a fadiga sempre.
Vejo que o blog tem atraído pessoas que gostam de fotografia, então achei que seria um assunto pertinente para conversar com vocês. Primeiramente, preciso agradecer à Ana que me incentivou a postar esse ensaio aqui. Nós batemos um bom papo sobre fotografia e desse papo surgiu a ideia para esse post. Essas fotos foram feitas em 2014, um pouco antes de me mudar para a Ucrânia porque eu decidi que me dedicaria mais à fotografia quando viesse para cá, já que aqui teria algo que não tinha em Brasília: tempo. Por falta de tempo fiquei 4 anos quase sem pegar na câmera, fotografando só quando viajava de férias.
Na época, eu editava muito pouco as minhas fotos e não fiquei feliz com esse ensaio porque não consegui chegar aos tons que eu queria, simplesmente porque eu não sabia mexer no Lightroom muito bem. Ao longo desse tempo morando aqui, aproveitei para aprender mais com os milhares de tutorais que existem agora no YouTube e observando muito o trabalho de outros fotógrafos. Criei o blog também para me forçar a fotografar e se vocês pegarem os posts do início, vão perceber que as fotos são completamente diferentes. Pois bem, levou mais de dois anos para eu conseguir encontrar meu estilo e fico feliz por vocês estarem sempre por aqui e elogiarem as fotos, pois isso me motivou a melhorar e continuar na busca por um estilo próprio.