Diário visual de quarentena

Até parece que este blog ia ficar sem registros deste momento histórico neh? Aos poucos, venho tentando traduzir em imagens como tem sido esse período de isolamento. As primeiras medidas foram divulgadas no dia 15/03 e, no dia seguinte, fui ao centro pela última vez para cortar o cabelo. Eu tinha marcado antes do governo divulgar as primeiras medidas e, a princípio, os salões de beleza não precisaram fechar. Agora, eles seguem fechados até dia 20/05, o que significa que terei que dar meu jeito aqui na juba. Será que chegou a hora de adotar um moicano?

Marido comprou uma máquina para raspar o cabelo dele e eu o ajudei. Ele estava muito otimista achando que conseguiríamos fazer o degradê que nem o cara do salão faz. Doce ilusão. Ainda assim, ficou melhor do que achei que ficaria. Não tem foto dele, mas tem a Lola com uma lágrima de arco-íris. 🙂

Graças à série “Dark”, comecei a ler Nietzsche no ano passado e sigo lendo bem devagar. Fiz a foto acima com baixa velocidade para representar essa lentidão. Estou fazendo várias anotações e me divirto com todo o sarcasmo e as provocações do autor. Tem sido uma boa companhia durante essa quarentena. O livro tem pouco mais de 100 páginas e eu acabei de passar da metade. Sabe-se lá quando vou terminar.

Teve muita música e ideias para fotos a partir das letras. Seguem os links para quem quiser escutar: “Hand in glove” – The Smiths, “Protection” – Massive Attack, “505” – Arctic Monkeys. Comprei essa espécie de anágua moderna para usar por baixo de vestidos e andar de bicicleta sem me preocupar se estou pagando bundalelê por aí. Mas achei ela tão fofa que vou usar como bermuda também. Ah, a foto que abre o post representa as minhas maneiras de viajar quando não estou viajando no sentido literal.

Aqui na Holanda só foi adotado o distanciamento social, então é permitido sair na rua desde que mantenha-se a distância de pelo menos 1.5m de outras pessoas. Inclusive, comecei finalmente a correr durante essa quarentena. Mas tomo o cuidado de ir para um lugar onde há bastante espaço para ficar bem distante das outras pessoas. Tirando isso, fico sempre em casa e sinto que estou ficando cada vez mais anti-social. Terei que reaprender a interagir com as pessoas quando essa pandemia acabar. Como anda a sanidade de vocês? Me conta aí nos comentários.